quinta-feira, 7 de outubro de 2010

O governo dos “doutores”

Nunca pensei que a eleição deste ano me surpreenderia em algum aspecto. Aquela coisa fria e sem graça que eu via nas ruas e nem de longe lembrava os antigos pleitos eleitorais parecia que iria manter-se da mesma forma até o final.  Mas que surpresa! Assim como quase todos que gostam de política, ainda estou ressaqueada... Parecendo cachorro que caiu do caminhão de mudança, segundo o dito popular.
A votação expressiva da oposição mostrou que algo não vai bem e não é a oposição. 
Não posso ser simplista ao ponto de dizer que apenas um fator foi decisivo para que essa circunstância ocorresse. É claro que as razões para essa legítima manifestação popular são muitas. Vão desde o desgaste natural de um grupo que há quase doze anos está no poder, até mesmo o surgimento de uma geração que não conhece ou sentiu na pele os desmandos que imperavam no Estado nas décadas de 80 e 90, passando pela desatenção aos aliados. Mas o elemento do voto calado, como o descarregado nas urnas em prol do candidato a governo da oposição no ultimo domingo, demonstra que o problema vai além dos apresentados acima.
A enxurrada de votos da oposição acendeu a luz vermelha nos quatro cantos do Acre. Resta saber se as lideranças da Frente Popular irão abrir os olhos e corrigir um problema que vem se agravando ao longo dos últimos quatro anos. Sob o risco de que se nada for feito a prefeitura de Rio Branco e de muitos outros municípios passarão a ter outros mandantes em 2012.
Ainda bem que para saber o que vem acontecendo não é preciso ir muito longe, basta escutar as conversas nas filas dos bancos, nos bares de esquina, nas igrejas, nas praças, nas secretarias de Estado. E isso é fácil fazer!
No Acre o inimigo não mora ao lado, mas está do lado de dentro!
O governo petista se tornou um governo de “doutores”. Isso mesmo, um governo formado por técnicos extremamente capacitados pelas academias, mas completamente analfabetos no quesito política. Como alguns mesmos fazem questão de afirmar, estão no governo , mas não são políticos e nem possuem pretensões políticas. Esquecem que fazem parte de um projeto e que a continuidade do mesmo depende das atitudes tomadas por eles.
Não desrespeito a academia e nem a qualificação profissional para os gestores públicos. Muito pelo contrário! Acredito que o saber científico nos possibilita um desempenho melhor de nossas funções. Mas sou completamente contra o tecnicismo desenfreado que faz com que ocupantes de primeiro e segundo escalão se achem superiores a seus subordinados, aliados e à população, donos da verdade e da honestidade absoluta.
O governo como um todo precisa sair dos gabinetes, precisa ir para as ruas, ouvir os clamores de militantes - se é que ainda existem alguns, do povo, daqueles que fazem a máquina do Estado funcionar e dos políticos da base de sustentação – de onde, por incrível que pareça nasceu a “melhor” versão da oposição, a única que de fato amedrontou até hoje.
A administração de Tião Viana começa em janeiro, mas essas medidas precisam ser tomadas agora, porque o futuro é fruto do hoje. É preciso fazer um governo COM TODOS e não apenas PARA TODOS!

Lá do fundinho...

Ando meio ansiosa... Com um quê de algo mais... Um frio na barriga... Não sei o porquê desta coisa, mas sei que ela empurra meus dedos para as teclas do computador, me levando a derramar minha alma e por mais que eu tente deixar os sentimentos guardados bem lá no fundo do peito, não consigo! Me rendo a tecnologia, a esse ritmo alucinado da comunicação virtual. Fazer oquê!
Também ando sedenta... Desejosa de mudanças, de novidades. Estas, por sua vez, teimam em vir num ritmo próprio, preguiçoso, que me irrita. Neste caso não dá para fazer muita coisa.
Li uma frase do Dalai Lama, em algum lugar, que dizia que "Só existem dois dias do ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto, hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver". Por isso, estou de braços abertos para a vida, amando essa nova fase, acreditando no futuro e fazendo ele acontecer.